domingo, 26 de dezembro de 2010

“O amor é lindo!”

Provavelmente todo mundo já ouviu isso, mas nem sempre é verdade, porque na maioria deles, você sempre sai machucada, ou ate mesmo se machuca desde o inicio... E esse é um preço caro, confesso. E escutei uma vez que, antes de amarmos alguém, somos como uma boneca de cristal, sem nenhuma cicatriz, intocável, mas que se for quebrada, poderá ser concertada, montada novamente, mas as marcas sempre ficarão ali, visíveis a todos.
            Amei uma vez, e o preço que cobraram foi muito, muito mais alto do que imaginava... Amei aquele garoto com todas as minhas forças, aquele sorriso lindo, o jeito de mexer no cabelo, o apelido carinhoso que era só nosso... Tudo isso teve um fim. É engraçado porque demorou tanto para aquele amor crescer e com três ou quatro palavras tudo aquilo foi quebrado, acabado, junto com sua promessa, junto comigo.
            A sensação que tinha era a de que não existia mais um coração batendo, e sim um buraco ensanguentado, pulsando não sei como. Tinha me transformado num zumbi, não via mais alegria em nada, nem cores, não suportava ver filmes melosos, casais felizes, aquilo incomodava profundamente. Do que eu era só havia restado sorrisos forçados, para todos pensarem que eu estava bem, mas minha vontade era de me afastar de tudo e sem ninguém pra perguntar: “Ei, você ta bem?” Gostava de ficar só, eu e a minha depressão, que ninguém nunca irá entender.
            E os dias se arrastavam da mesma forma: escola, casa, internet e principalmente as musicas que faziam lembrar ele, doía, mas gostava de me sentir daquele jeito, gostava como o sangue quente pulsava sobre o hematoma, e tudo isso, por alguém que nunca mereceu um “eu te amo” vindo de mim, e muito menos aquele sofrimento inocente de um amor rejeitado... Mas com os dias, as dores foram diminuindo, as deprês eram mais raras, e se tornava cada vez mais difícil me afundar na dor, na minha dor. O que me irritava, já que me sentia bem com ela, ou ao menos pensava que me sentia bem. Já que era a única coisa a qual me permitia fazer sem culpa nenhuma, sem pena de mim mesma.
            Era cruel...
            O sofrimento foi passando, as minhas crises também. Nunca imaginei que um dia fosse passar, que um dia eu conseguiria ouvir o nome dele sem que me dilacerasse... Confesso que ta passando, de forma inconstante, e com algumas calmarias e guinadas frenéticas.
            Mas vai passar...


por: J. Postigo    

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